terça-feira, 4 de março de 2008

Barton Fink - Delírios de Hollywood




Barton Fink - Delírios de Hollywood
Joel e Ethan Coen – 1991

Em 1991, “Barton Fink – Delírios de Hollywood” deu aos irmãos Coen o prêmio de melhor filme – a Palma de Ouro – escolha unânime do júri, melhor diretor e melhor ator no Festival de Cannes.

Barton Fink (John Torturro), personagem principal do filme, depois de fazer sucesso na Broadway com sua obra teatral, é recrutado por Hollywood para fazer cinema. Contrariado pela pressão criativa da indústria cinematográfica, instalado em uma espelunca, Barton conhece Charlie Meadows (John Goodman) e se mostra um homem que não sabe ouvir...

E como contar histórias de pessoas comuns se é incapaz de ouvi-las?

Barton é surdo aos apelos do povo. Eles só lhe interessam como apelo estético...
Não como apelo ético...

É uma espécie de máquina de trocadilhos que permeia o filme, a começar por Barton: ambicioso intelectualmente, não aceita que o problema esteja na sua incompetência para entender seu objeto....

Nãããão, ele está é com bloqueio criativo, um misto de demência inteligente...

Atormentado por essa dificuldade de produzir, os irmãos Coen conseguem fazer de Barton Fink um drama irônico com toques surrealistas...

Todas as personagens são um pouco grotescas, exageradas, distorcidas, movendo-se no limiar da “normalidade”...

Humor negro, crimes, personagens perturbados e caracterização irônica (aquela “tipificação” que havia falado anteriormente), “Barton Fink – Delírios de Hollywood” é o paraíso das mensagens subliminares, daquilo que está dito no não dito, das entrelinhas...

Se continuar falando, vou contar o filme...e é melhor não.
Vale a pena assistir!!!


Sinopse
Depois de escrever uma peça política de grande sucesso, o respeitado escritor Barton Fink (vivido por John Turturro) é seduzido por uma proposta irrecusável: criar roteiros para o cinema. Porém, ao se mudar para Los Angeles, o que antes era um instigante desafio profissional acaba se tornando um insuportável pesadelo. Agora, além de ter de agüentar um bloqueio criativo, Barton se vê obrigado a aturar seu vizinho bonachão (John Goodman) e ainda vender sua alma aos interesses comerciais de Hollywood.

Direção: Joel Coen (com Ethan Coen, mas sem crédito oficial). Produção: Ethan Coen, Roteiro: Joel Coen e Ethan Coen. Fotografia: Roger Deakins. Montagem: Joel Coen e Ethan Coen (creditados como Roderick Jaynes).

Trailer "Barton Fink" - Youtube
Roteiro de “Barton Fink” em Inglês

2 comentários:

Anônimo disse...

Vi este filme ainda era um menino....nunca saiu da minha mente...adorei o que li em este blogger...
Marlon
marlonletras@hotmail.com

Anônimo disse...

Esse filme me ajudou deveras quanto ao modo de tratar e retratar pessoas no meu trabalho de quadrinista (guardadas as devidas proporções, claro).

Em um mês de luto aos 10 anos do desaparecimento de Kubrick, é reconfortante ter os irmãos Coen para nos dar esperanças quanto ao destino do cinema yankee.